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HÉBER SALVADOR DE LIMA
( BRASIL – MINAS GERAIS )
Mineiro de Piraúba, Pe. Heber nasceu em 17 de novembro de 1920.
Ingressou na Companhia de Jesus no dia 10 de fevereiro de 1937.
Fez Escola Apostólica, Noviciado, Juniorado, parte da Filosofia e Magistério em Nova Friburgo (RJ), onde chegou aos 12 anos de idade e saiu aos 27, após o terceiro ano de Magistério.
A Filosofia foi completada em São Paulo (SP), na Faculdade N. Sra. Medianeira, em 1944, e a Teologia foi iniciada na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália), em 1948. Porém, após um semestre, foi transferido para a Inglaterra, onde foi ordenado presbítero, em 9 de setembro de 1950, e concluiu a Teologia. Também na Inglaterra, estudou Letras Clássicas entre 1953 e 1956, e fez os últimos votos em 11 de fevereiro de 1955. Antes disso, em 1952, tinha feito sua Terceira Provação em Gandia, Valência (Espanha).
De volta para o Brasil, deu aulas de Cultura Greco-Latina no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, em 1956 e 1957. Foi professor no Juniorado, em Itaici (Indaiatuba/SP), entre 1957 e 1966, período em que foi também ministro dos juniores. Em 1967, esteve um ano como professor nas Faculdades Anchieta, em São Paulo.
Em 1968, foi destinado para Goiânia (GO), como Professor na Universidade Católica, dando aulas de Inglês, Literatura Latina e Cultura Religiosa, além das muitas orientações que fazia.
Por um curto período, em 1969, esteve como Sócio do Provincial em Belo Horizonte. Depois retornou a Goiânia, onde ficou até 2011. Nesse período, além das aulas e demais atividades na Universidade Católica, também se dedicou a trabalhos literários, com vários livros publicados, artigos em jornais e traduções.
Apaixonado por fotografia e excelente fotógrafo, ilustrou muitos de seus livros com fotos autorais e tornou suas imagens de flores muito conhecidas por meio dos cartões e marca-páginas que as Ed. Paulinas publicaram por muitos anos. Foi pároco da Paróquia Santa Genoveva e responsável por várias obras sociais ligadas a esta paróquia. Também colaborava em outras paróquias e na catedral.
LIMA, Héber Salvador de. feliz aniversário. São Paulo: Edições Loyola, sem data. 116 p. No. 10 995
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo livreiro Brito (DF).
A vida é Roda Gigante
brinquedo de grande custo...
às vezes leve, excitante,
e às vezes, nos causa susto.
É Roda Gigante a vida,
como esta ante seu olhar...
Às vezes é divertida
e outras vezes faz chorar.
A vida é Roda Gigante,
sempre cheia de surpresa:
às vezes faz com que eu cante
e à vezes causa tristeza.
É Roda Gigante a vida,
num simbolismo tremendo:
vão os jovens na subida
e os velhos estão descendo.
A vida é Roda Gigante,
Com sua mensagem clara:
ninguém desce antes do instante,
enquanto a Roda não para.
PAISAGEM
Eu vi uma paisagem morta,
sem o sopro de uma brisa...
Nenhuma flor a conforta,
nem gota de água a suaviza!
Nem sempre a vida é jardim,
nem sempre a terra é florida...
Às vezes, há gente assim
pedregosa e ressequida.
Num peito cheio de mágoas
o coração emudece,
vida pedra, sem as águas,
as doces águas da prece.
Em seu dia de Aniversário,
caro Leitor que me lê,
desejo um outro cenário,
sem pedras, para você.
Viverá dias felizes,
florindo, sempre de pé.
se fincar suas raízes
nas ricas terras da Fé!
CONVITE DESUSADO
Venha, jovem amigo,
venha, sorrindo, envelhecer comigo.
Não tenha nenhum receio
das rugas que, talvez,
um dia possam vir a sulcar o seu rosto:
elas são belas!
São testemunhas de “Missão Cumprida”!
Muito piores são aquelas
que sulcam o coração e o deixam feio,
que enrugam e distorcem nossa vida...
Não, nunca tenha medo da velhice,
mas tenha medo, si, de envelhecer vazio!
Como um sábio me disse,
é este, na existência, o maior desvario!
Guarde est pensamento em seu aniversário:
A melhor parte da vida,
a que é mesmo mais rica e mais querida,
(mesmo que muitos pensam o contrário)
é sempre a que está por vir:
frutificar é mais nobre que florir!
FLOR DA NOITE?
O Cacto é uma planta
que a muitos parece
bem pouco simpática
e mesmo agressiva...
Só cresce em desertos
ou terra arenosa
e só floresce à noite,
como que procurando
esconder sua flor...
E o que é pior de tudo
é que tem mais espinho,
muito mais do que flor!
Talvez, em sua festa,
eu devesse dizer:
“Não seja assim você;
cresça em meio da vida
onde o mundo perceba
seus perfumes e cores!
Floresça nas cidades,
desabroche nas ruas e nas praças”!
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LIMA, Héber Salvador de Lima, S.J. Pe. A Valsa das Flores. Capa de G. Valpéteris. Fotos coloridas do Autor. São Paulo: Edições Loyola, 1977. 125 p. No. 10 244
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo Brito (livreiro de Brasília-DF)
Não está nas Escrituras,
mas, perdoem-me os doutores,
as mães queridas e puras
reencarnam-se nas flores.
Mãe e flor... Nada mais lindo
neste mundo encontrarás:
só elas deixam, partindo,
perfume e frutos atrás.
Deus fez as Mães com desvelo,
pois delas vêm vida e amor;
sorriu, guardou seu modelo
e com ele fez a flor.
Mãe, coração jardineiro,
Cheirando à rosa e jasmim:
em cada filho um canteiro
em cada filha um jardim.
Quem respeita uma menina,
a futura mãe respeita;
a mãe, na obra divina,
é a flor mais bela e perfeita.
Ofertamos flores belas
às nossas mães mui queridas,
mas, junto ao perfume delas,
esteja o de nossas vidas.
Eis, Mãe, as flores que eu trago
à sua alma nobre e pura:
se cada verso é um afago,
cada rima é uma ternura.
Mamãe, sempre hei de levar
a sua imagem tão bela,
como um brilho em seu olhar,
como uma flor na lapela.
Flores, Mamãe, p´ra você,
e tudo o que tenho em mim;
a culpa é sua, porque
fez da minh´alma um jardim.
Quando Deus veio a Belém,
disfarçado entre pastores,
desceram anjos também
disfarçasinhos em flores.
A menor flor entreaberta
em campo agreste ou jardim,
é um lindo gesto de oferta
de Deus, meu Pai, para mim.
Deus fez estrelas e flores
para que o homem pensasse:
“São tão lindos Seus fulgores,
que será da Sua Face”!
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Página ampliada e republicada em novembro de 2024
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